DÁDIVA


Levou-lhe a chávena
À boca   uma dádiva
Assim parecia.

Depois de lhe provar
O mel  outra coisa
Já não queria.

Não era para ser como foi   vestido
Acima   de bruços sobre um 
Balcão qualquer.

De mulher nem o nome te sei
Ou o rosto fixei fora uns olhos
Escuros e quase cerrados como
A boca dizendo em segredo:
Havia de ser ali e já.

Não sei quem és
Não sei o que és
Sei que ficaste assim:
Um sorriso vago  
E despojos de mim.

16-VI-2012