Pancada

 
 
No sexo

 pedia umas palmadinhas no bumbum...
 
quando lhe acertou o olho
 
 mandou-o embora

Na Natureza

no mato,
levantou o vestido

baixou a calcinha
e sentiu um vento no ventre

fez xixi
e desejava fazer mais

ao norte alguém avistou
e veio

de pau duro na mão
cheio de tesão
pronto pra desbravar

não hesitou
deu

Re-convite ao Prazer

Aceitara com orgulho, o re-convite.

Queria dar, beijar, abraçar, sentir...

Numa noite enluarada, ás escondidas

Ser Deusa ou Mendiga

Objeto de desejo ou desejosa...

Sentir prazer.




                                                                     

                                                       É muito chato
                                            fazer sexo
                                           de quatro 

O impostor cai em si, e suplica


Agora que me trato por tu
E se desfez a pose fingida
Do sedutor   considera a
Pele na pele a boca na
Boca   as mãos por todo
O lado   permite conceder-
Nos uma fracção de ternura
Uma fracção de (e com isto
Liquido já o poema) tremura.

ENTRE PARÊNTESES


De gatas   e sorris  
Candura posta entre parênteses  
Para onde foste nessa hora / quando te chamei
Puta 
E investi desvairado como um cão?  

A candura entre parênteses  
                                      De gatas  
                                                 E sorriste.  

Onde ficaste nessa hora?

Tradução




Meu amor não se professa em palavras
Mas se traduz - sem limitar - 
Na língua da carne


No beijo lascivo
Nas mãos sôfregas
Instinto 


No querer da pele
- Animal -
Nua em pêlo


Racional
- Mas não razoável -
Sem zelo


Sem medo ou apelo
Mercadoria da luxúria
Mercador do prazer


Meu amor se traduz 
Na santidade profana
Do desejo


GANCHINHO


Põe no cabelo um ganchinho
Destapa a orelha   deixa
Ver a curva do rosto até
Ao queixo   assim   de perfil
Fecha os olhos   inclina-te
Para trás   ligeiramente   como se
Quisesses arrancar-me um beijo   e não
Eu   em desvario   to cobiçasse.

4-I-2011

Onde Mora o Segredo


Desnudei tua pele
Desvesti tua perna,
Com o tesão que impele
Meu esputo à tua caverna;

Transmutei teus membros
Numa dança erótica,
Quantos mais setembros
Ver-nos-ão sob invertida ótica?

Esse meu gozar - quão demente
Que ao te procurar
Segreda o que deveras mente;

Esse meu gozar - quão desvairado
Que ao te encontrar
Fenece em tua fissura, apaixonado.



Thuan Carvalho.

Tecido a vapor






















Ah, artesão
O tesão
Tece       
O tema

Da tela
Em toda
Exposição



Fotografia: Jan Saudek

Quarto em Si Maior



Olhos nos olhos dos seios
Boca comprime-se, morna
Ao mínimo toque nos meios
Seu lânguido líquido entorna;

Coberta de pele e paixão
Se enrosca, se espreme, faz doce
E longe me aumenta o tesão
Qual vil distração isso fosse;

Mas q'ouro, bronze ou prata
Revestem a bela gata
Que geme mas não mia?

Ao cansar-se de correr
Chove em mim seu bel-prazer
E em si me silencia.




Thuan Carvalho.