Lençóis



Teus olhos
Brilhando de luz delicada
Demonstrava teu desejo.
Provei dos teus lábios
Sabor de pecado e prazer.
Devagar foi se descobrindo
Lençóis pro lado, jogados,
Travesseiros nas ancas apoiados.
Na maciez de tua pele,
Passeei por teus belos seios
Senti tuas coxas, costas,
Alisei teus crespos pelos.
Tuas pernas roçando nas minhas,
Teu sexo úmido procurado
Por meu sexo teso de desejo
E no abismo entre tuas coxas
O teu ventre cortejado!
Quente molhado a deslizar
Gemias, lágrimas escorria...
Sussurravas palavras sem nexo
Gritava durante o sexo
E a me espremer mexias
Quadris em ritmo alucinados
Transloucados em agonia.
Veio em ondas o gozo pleno
Dentro de ti encarcerado
Inundando teu sexo sereno!
Alagada as entranhas
Do prazer que merecia
Ente as coxas e os lençóis
Rósea fenda escorria!




Morda-me, Loba Vampira,
Crave tuas presas em mim
Viole-me bebendo meu sangue
Teu alimento, salgado e quente
Deixando que escorra por tua boca
Me transforme em Lobo Vampiro
E juntos nos fartaremos nas noites
Caçando e caçados em nossos terrenos


Delírio

                                                                     

vencida
pelo cansaço
de desejar-te
em vão
adormeço
com teu
cheiro
de macho
tatuado
no meu
corpo
sonho
com o
teu sexo
rijo e
quente
dançando
em minha
carne
rubra
uníssonos
chegamos
ao orgasmo
penetrando
mentes
que vibram
na mesma
sintonia
indecente
de delírios
fantasias
orgasmos
e beijos




Pressa de amar


Vem que quero você agora!
Vem pra mim, sem poesia
Vou cheirar-te 
quero sentir o perfume do desejo
Vou amar-te com selvageria sou
uma loba no cio.
Vem logo!

O capot do carro será cama
pra pressa de nosso prazer
Corpo a corpo 
Pele a pele.
Sentir-te enconstada no volante talvez...

Nossa pressa
Nem cama espera
Essa urgência de amar...
Preciso de ti

Quando chegar,
Vou rasgar tua roupa
e chupar-te...
Vou cavalgar em teu colo
feito mocinha feliz
Vou arranhar tuas costas
Como uma louca.

Quero gozar em tua boca
E sentir seu gozo na minha... 

E quando acabar 
vamos descansar
aí sim, 
cigarro e cama.

Bandidagem



Tuas carnes e pele suplicam
Pelos caninos descendo a ladeira
Quer atropelo, que na pista deslize
E diga onde derrapo e mordo
Quer pra cima e pra baixo,
Embaixo, no centro e no meio
Pede que solte o freio
E te ponha cabresto e arreio
Que sele e monte
Pele com pele como lixa
Quer trato e mau trato
Quer grito
Quer caninos em teu corpo,
Em atrito
Quer esporas nos quartos
Quer agito
Quer que beije e sarre
Bonito
Pede curvas fechadas
Do teu bandido maldito!




Ode Revelar

Com ela ninguém pode!
Juro, é verdade,
Com essa não contava.?
Jamais acreditaria?
Conheci uma, loura, poderosa
Já acorda pronta, inteira,
Com essa ninguém pode
Já que a loura é guerreira,
Cara dura e verdadeira!
Juro, uma loura porreta.
Condizente com essa lenda,
Juntando 10 não dá uma dela
Corajosa, pura fortaleza,
Justa, até na safadeza,
Corta com a língua sorrateira!
Jardineira a sua boca,
Com seus beijos ela rega
Jorrando prazer com a feiticeira!
Caso sério essa história,
Jovem ainda nesse rito
Com a loura gemo e grito.
Jaz aqui a testemunha
Capturado por esse mito!


A lua por testemunha


Naquela noite embaciada e triste,
Traguei teu sexo e tu abocanhaste o meu;
A velha lua que a tudo assiste,
Foi testemunha do que aconteceu.

Aquela noite em mim ainda existe.
Existe em mim também o gosto teu;
Há quadros em nós que fica, que resiste,
E aquela noite de gozo intenso, não desapareceu

Já nem te lembras mais de mim, eu sei,
Mas eu de ti jamais esquecerei,
Tão bom lembrar daquilo tudo que sucedeu...

Outros amores, sem pudores, já por ti passaram,
Também outros tantos homens já me amaram,
Mas juntando todos eles, como tu, jamais me saciaram!


Texto Neusa Fiesta

Transformação


tua presença
ilumina meu dia
numa canção
da mais
doce melodia
tuas mãos
incendeiam
meu corpo
me fazendo
trepidar
igual a chama
de uma vela
nos teus braços
por um momento
viro donzela
para depois
me transformar
numa puta
na tua
cama
senhora
dona
do teu castelo

Sonhos



Quando amanhece ele corre pra janela
ela sempre está lá, ele a espreita...
sua paixão voyeur!
Nunca trocaram sinais nem palavras...
Ela finge que não vê
já ele finge que não olha...
todo dia e sempre assim.
Eles se insinuam seminus,
brincam de se excitar
comem-se com os olhos...
às vezes na rua se encontram
se olham disfarçadamente
como se nada acontecesse
como se não se conhecessem...
à noite tudo se repete
e quando se deitam
deixam a fantasia rolar
nos seus sonhos de voyeurs!


Mistura



Vulnerável
fica meu corpo
quando me invades
indecente
entre
segredos
incandescentes
curvando-te
aos meus
cruéis e carnais
caprichos

Peço-te num delírio
que misturemos
nossos corpos
formando sons
em si bemol
para em total
harmonia
sentir no
infinito
a madrugada
virar
dia
                                                                         Celamar Maione 

Dançando Salsa



Ao som desta salsa
Meus olhos famintos
Fuzilam-te com esmero.
Posso sentir a ardência
Do teu corpo provocante
E que corpo mulher!
Assim, no ritmo da música,
Tire tudo, tudinho,
Bem devagar, dançando,
Assim, aos pouquinhos,
Do jeito que eu gosto.
Sei que adora
Ver minha reação.
Sei que gosta,
De me deixar com tesão.
Tire o vestido,
Jogue pro lado, isso, vai.
Uall!!!
Dance, não pare.
Agora se desfaça do sutiã,
Com calma, assim, genial.
No som desse salsa
Os seios despontam,
Saltam cadenciados.
Aumento o som.
Chame tuas mãos
Pra dançarem com você,
Como sabe,
Que é assim que gosto?
Adivinhou,
Leu meus pensamentos?
Sensação de dèjavu.
Até parece que já vi este filme!
Sente na cadeira
Alise as coxas, tire as meias,
Sinta como escorregam pelas pernas,
Isso, sem pressa.
Temos todo tempo do mundo!
Virou-se, me deu as costas
Nessa coreografia de desprezo,
Como se não se importasse comigo.
Show de calcinha rosinha
Que pouco cobre da tua bundinha
Deixando a mostra os glúteos
E as linhas curvilíneas
De tuas polpinhas.
Delicia, é agora!
Vai tirar a calcinha?
Vagarosamente
Vai se livrando dela.
Ela desliza suavemente pelas pernas,
Abandonando-te, deixando teu corpo
Completamente nu.
Tuas ancas, tua bunda,
São a própria música,
Me cortejam, me chamam,
Em derreados fortes,
Vibrantes, nos acordes.
Que doce tortura mulher!
Vem pra mim, assim,
Melodiosas costas e quadris
Em ondulações febris.
Olha, ta chegando perto,
Meu corpo fica esperto
Quero te pegar, é proibido.
Será que eu consigo?
Lentamente vai se virando,
Revelando o mais desejado,
Teu sexo quente e molhado
Que esfrega no meu rosto,
Desejando ser beijado!


Fúria





desvairada 
e atrevida
jogo-te na cama
e imploro com o
corpo indecente
que me possuas
com fúria selvagem

excitado e depravado
rasgas meu útero
com teu veneno mortal
cuspindo delírios
no meu ouvido

massageias
minhas coxas
com teu sexo
beijo-te vadia
presa nas teias
da tua luxúria
doentia
num jogo cruel
de vai e vem
  
que fere , sangra,
sua, geme e maltrata
  
e logo recomeça
a dança do sexo




Celamar Maione

Cinderela, ser Princesa Pode ser uma Roubada



Ciderela só trabalhava
não tinha tempo pra nada
era muito cobrada,
sua vida era uma roubada
até que arrumou tempo pruma balada
la conheceu um cara e ficou encantada
era um Príncipe de conto de fada
percebeu que ele a olhava
gostou de se sentir paquerada
e quando dançaram ficou arrepiada
pela paixão foi logo tomada
e sem perceber estava sendo beijada
e naquele momento começou sua nova jornada
em pouco tempo estava casada
um lindo palácio era sua morada
mas ali também a frustração começava
já na lua de mel começaram as mancadas
na cama o Príncipe não era de nada
mal se deitavam e a coisa acabava
sem preliminares logo terminava
mau começava e logo minguava
além de pequeno não funcionava
com duas mexidas ele ejaculava
virava pro lado e apagava
e durante a noite, como roncava
no dia a dia só piorava
só queria saber de bebida e caçada
e no fim de semana amigos e balada
seu cavalo branco era égua e o acompanhava
como Cinderela se sentia frustrada
na corte todos sabiam o que rolava
e pelos cantos todo mundo fofocava
até que sua sogra que não era uma Rainha malvada
lhe confessou que o Rei também no couro não dava
perguntou se os papos sobre o Bobo escutava
lhe disse que a vida é pra ser desfrutada
que vivesse a riqueza e fosse ousada
e procurasse prazer em outras paradas
mas alertou que fizesse acautelada
pelos segredos contados pela Rainha ficou interessada
e começou a ficar com o Bobo e suas piadas
viu logo que o Bobo de bobo não tinha nada
era boa companhia pra gargalhadas
discreto como pela Rainha fora avisada
o obo como todos sabia o que se passava
e Cinderela logo passou a ser bem cuidada
viu que o Bobo não tinha aquela coisa caída
nem era uma espada, mas uma lança afiada
e que tinha uma boca pra lá de safada
Cinderela voltou a sorrir feliz ela estava
o Bobo sempre a acompanhava
e o seu quarto era ele quem mais frequentava
a Rainha agora com ela compartilhava
todos os segredos que no peito guardava
e tinha na nora uma grande aliada!

Quanto ao Príncipe, ela ficou com ele casada
mas seu corpo e o da Rainha era o Bobo quem desfrutava!


Felina





Felina
te arranho
até as entranhas
num jogo de
manha
sedução
e fantasia

mansa
molhada
e atrevida...
caminho
em silêncio
por entre
frestas


afio as garras
e possuída
ataco faminta
cheia de tesão


instigado
seduzido
enfeitiçado
cais mais
uma vez
na minha
cama
me assanha

          Celamar Maione

 Foto : Atriz Penelope Cruz - Foto tirada da Internet 


Outono
















Outono, as folhas caem...
Nossas vidas que se perderam
mas deixaram marcas
dos momentos vividos, das noite sem fim
do calor da paixão, das flores, de amores

O sol se pôs no horizonte
fiquei só, só eu e saudades
Te esperei cada instante
mas sombria a noite chegou
chegou sombria e tão fria...

Agora madrugada
quando todos dormem
não durmo, não falo, só penso
na fúria das noites de paixão
tão ardentes como toda a estação

Abandono meu ser
e me perco por completo
na lembrança da luz dos teus olhos
sob a luz da lua, das tuas mãos vorazes ,
invadindo intimades

de nossos corpos
tão justos em nós mesmos,
tão juntos um em dois,
abusando sem pudores, as vezes machucando ,
com algum sangue e muitas dores

Falo de meus anseios, sem decência.
Quando fecho meus olhos
não é mais em gozo...
É à espera do sonho,
consolo único de tua ausência

Peço licença à Poesia e perdão pela heresia:
eu nua te esperava e você não aparececia
eu nua te esperava ,
eu nua molhava e secava , só e nua
Eu nua te imaginava...


Texto: Neusa Fiesta
Gravura de Eduardo Lima

Quero











Quero te levar pra casa
beijar suave tua nuca
tocar com meu lábios teus dentes
ficar demente por ti

Quero sofrer mal de amor
sem esperanças de cura
iludir-me, matar minha sede,
me esgotar ardente, pura loucura

Quero a saliva de teus lábios
escorrendo por nossas bocas
e a saliva de teu sexo
escorrendo em minhas coxas

Quero deixar o meu canto
penetrar em ti com alegria
e ainda que seja em pranto
viver esta última, íntima, fantasia




Texto: Neusa Fiesta
Imagem do Google 

Enlace

                                                                        Vou
servir  licor
do amor no
teu umbigo
dar meu grito de
guerra
enlaçar-te
para te levar a Marte
e deixar teu sexo
em brasa
pulsando
fora de órbita
no ritmo
do violino
Juntar
a tua fome
com a minha
pra refazer
de novo
a melodia
até a lua
acasalar
com o sol
                                                                     
                                                                             Celamar Maione

Teu Cio



Quero você no teu cio
Na minha madrugada
Reverencio teu corpo
Na noite até a alvorada

No teu corpo me invento me faço
Te pinto em suor de puro verniz
E no abrir do teu lindo compasso
Te traço com os desenhos que fiz

Com lápis de cera diz como enlaça
Com as pernas, mexendo os quadris
Componho teus ângulos e desfaço
Teu corpo nos contornos com giz

Na sombra do ventre te planto
No mais profundo a frondosa raiz
Tua face estampa o sorriso
Do teu gozo mais pleno e feliz


À Dani por ‘Secreto’




Bom revelar não é?
Sentir é ótimo, mas Dani, quando revelado o ‘sentir’, vem um gosto de alto-estima, de valor preenchendo cada canto de nossas bocas. Para mim é como se gritasse bem alto... 
"Ai, eu tenho capacidade de sentir e não me envergonho do que sinto, ao contrário, tenho prazer! Fique ai, com a inveja e o falso pudor reprimido de seus antepassados europeus!"
Por que tem gente Dani, que acredita que amar com prazer é impróprio, é impuro, é inconseqüência de gente impura, marginalizada. Eu não concordo com isso. Sou casada, sou religiosa, mãe, mas antes de tudo sou mulher que sente e não se envergonha de sentir. Sou honesta, comigo, com meus sentimentos, com vocês. 
Sabe Dani, eu acho que pior ainda que reprimir sentimentos, é nem sequer senti-los. E tem gente que realmente não sente nada... Amor, prazer, respeito. Passa batido! Muitos ainda, quando sentem, é algo como: desprezo,  raiva, frigidez.
Dani, eu quero sentir e quero correr em busca do meu prazer. O prazer em amplitude, eu quero a totalidade da vida. Nada pela metade ou corrompido. E se há pecado nisso Dani... Em amar! Eu não vou me julgar, nem mesmo me condenar, pela coisa mais gostosa que Deus me deu, que é a competência de amar. 
Muitos diriam: “Coisas da carne!”.
Eu sou carne e assim fui concebida.
Mas antes de ser carne, sou humana e não deixo de respeitar a entidade que se chama família. Aliás, é a favor da família que acredito que nós mulheres e homens deveríamos ser mais amantes e menos repressores. Por que se não há prazer em conviver, não há família feliz e ninguém suporta viver sem compreensão, sem espaço, em infelicidade.
Assim as pessoas partem de nós. Simplesmente, elas partem, às vezes feridas, às vezes nos deixando feridas.
Então Dani, sejamos nós, amores revelados!

Rosangela Ataíde

Fogo no Olhar



Cubro-te
com todas as palavras
articuladas em calmaria
na pele lisa

Fogo no olhar
que descarado
percorre cada linha

Mãos ávidas e ágeis
te exploram sem vergonha
arrancando sons entrecortados

Levanto-te com versos
livres, sem rimas
nos cortes cegos

Abra-te em magia
expondo teus caminhos
pra récita enfurecida

Selvagem e ofegante
goze nossa liberdade
em dedos delirantes

Selvagem


Selvagens
minhas mãos deslizam pelo teu corpo
mansa se entrega sem nenhum pudor
sei de cor, exploro todos teus recantos
meus dedos conhecem teus meandros

Sem vergonha
minha boca viva, ativa os teus sentidos
em fogo, a pele rubra, quente se ressente
da língua viril, ágil, profanando teu libido
despertando teu prazer ainda adormecido

Entro
com malícia penetro em teus desejos inquietos
entrega-se, liberta-se, abandonando por inteiro
toda resistência que ainda existe e te domina
admitindo que seu gozo aconteça por completo

Feitiço


Enfeitiça meu corpo
Rouba meu juízo
Arrebata a minha compostura
Despe a minha alma
Desliza malicioso e indecente
nas minhas entranhas
Penetra  meu sexo
Desvendando a noite
Uivando pra  lua
 Cigano e senhor 
 do meu destino
Dono absoluto dos
meus desejos

Celamar Maione

Cio da Loba



Meu Corpo...
Acorrentado...
Num atalho...
Sou tua presa
Nos pensamentos...
Numa curva...
Destinos...
Deliro nos teus afinados caninos
Que me rasgam na alcova
Sem desencontros...
No teu ardor...
Na noite acorrentado
Escravo dos teus desejos
Loba se banha a lua...
Se transformando na madrugada
Corta a pele, entalhando com as garras
Afiando o corte, recriando-me
No teu cio loba...
Sem promessa de um amor...
Permite que mansamente...
Me aconchegue no teu colo...
Na cova...
Aquece-me...
Nos teus beijos...
Nossos corpos...
Rolam inebriados...
Uivos ao luar




Quero encher teu cálice com nosso prazer
Deixar-te farta com minha língua
E depois te beber até o amanhecer

Canalha com classe, assim ela me chama!



Canalha com classe, é?



Bate de frente...
Ah, poesia fria!
Saudade do tempo
Que em ti ardia!
Te encontrava na ilha!
Me Entregava a tua magia
Teu corpo, minha intenção
Meus dentes, cravados em teu coração
Meu amor massageado em tua mão
Serrilhado na afiada emoção
Lucidez? Pra que? Não quero não!
Bom demais nesse delírio
No real da tua fantasia.
Sem tortura ou martírio
Me entrego as tuas manias


Noite de prazer

Vou gritar, que nos ouçam.
Gemer e xingar
Deixa o vizinho acordar!

A cama vai ranger 
e assim nem sei...
amanhã todos irão comentar!
Que somos safados
Que faltamos o respeito
Com os vizinhos em seu leito.

Alguma vizinha invejosa
Irá comentar
Onde ela não consegue chegar...
Que provavelmente és uma puta
que faz questão de a todos mostrar
a cara de satisfação 
ao caminhar saltitante
pela rua no dia seguinte.

E lá vou eu...
Com as partes ainda úmidas
de tanto prazer da noite passada
sem me preocupar com o que dizem
as mulheres recalcadas

Secreto

Poderia ter me esquivado
por onde andei nesta vida.
Mas não me arrependo do que fiz
nem dos amores por quem passei.

Nem ao menos me iludo
dizendo: foi só sonho
ilusão talvez...

Muito amei...
Muito me dei...
Fui fiel a todos.

Beijei,
Abracei,
Gozei,
Amei tanto que nem nome sei...

O das mulheres talvez.

Eu fui fêmea em encanto
fui mulher selvagem
fui desejo proibido
  fui amor revelado...

Potro Selvagem



Cavalgo
Pelas planícies
Livre,
Sedento...
Louco...
Selvagem
Como fera...
Indomável...
No teu cabresto...
dobrado
Vencido...
Pleno...
Sem me acalmar...
Pouco a pouco...
Sou teu aprendiz
E cairei feliz!
Com você não estou perdido
Não sou mocinho e nem bandido
Sou teu potro, puro sangue atrevido!

Tua Foto



Sei lá, essa foto...
Sua foto está me seduzindo
Nela seus olhos mágicos me aliciam
Já que você deixou chegar
Me aproximo de mansinho
Espreito da porta, estou te olhando
Essa foto, sei lá...
Te sentindo bem perto
Bom te sentir assim
Seu olhar guloso olhando pra mim
Meu olhar faminto também
Sei lá, essa foto...
Sedutora, brindando
Assim, com copo na mão tim-tim!
A paixão dominando dizendo sim
Essa foto, sei lá...
Vontade de beijo na boca
Ouvir sua voz bem rouca
Dizendo...
Sei lá, essa foto...
Quer me abraçar me seduzir
E como ninguém
Me fazer de refém
Essa foto...

Nua



Você nua...
Deitada na cama
Sozinha, descoberta...
Sob a prateada Luz da lua
Que entrando
Junto com uma Leve brisa,
Te refresca e faz brilhar
Seios intumescidos
Desejos incontidos
Dedos em carinhos
No sexo compulsivo
Boca amante,
Desejosa, insinuante
Acaricia os bicos
Crispados, latejantes
Geme de prazer,
Sonha comigo
Estou com você...

Erotismo de mulher

 Noite escura
Casa fria
Meu  corpo
anseia por se aquecer...

No quarto
cortinas de seda
  testemunhas...
algo erótico 
irá acontecer

Acendo uma vela
inspiração...
romance no ar...

Só,
respiração ofegante
seda provocante
olhar no espelho...

Levanto a perna
dentro de mim
me encontrar
escondo todo desejo 
toda paixão...

Extasiada
relaxada...
acendo a luz
arrumo a cama...

E retorno a mim!

Tua Leitura



Leia-me
Leia meus olhos
Olhe dentro deles
Veja o que eles te dizem
Só você os entenderá

Leia minha boca
Ela esconde delicias
Que só tua boca poderá descobrir
Só para você ela mostrará

Leia minha mão
Desvende meus mistérios
Sinta a maciez e o calor
E o toque de ternura que te dará

Leia meu corpo
Toca-o com calma
Ele te revelara toda a minha loucura
Que te enlouquecerá

Leia meu coração
Ele guarda todos os meus desejos
Saberás tudo de mim
Ele tudo te revelará

Leia minha alma
Leia com atenção
Nela estão todos os meus segredos
Que só a tua alma saberá

E depois disso tudo
Deitada comigo abraçada
Aconchegada no meu peito
Dormiremos um sono profundo!

Isso sim, é poesia

Que não seja eu
rotulada de poetisa,
neste momento
que de minhas entranhas
jorra desejo...
Mas que me possua
                                                           como uma gata selvagem no cio
aquele que me deseja.

Que não leia minhas palavras
mas que as sinta...
e que goze de prazer
ao imaginar
meus delírios de  tesão!

Quero ser tocada agora
com selvageria
e num entra e sai
pingando, 
molhada,
gemer e  gemer... 
até explodir!

E depois 
quero descansar...
Dormir.
Ser acordada com flores 
e café da manhã na cama...
Isso sim é poesia.


Ali, no vão de tuas paredes
infiltradas pela umidade,
sustenta-se os alisares
de tua porta aberta.
A coluna de concreto
d’Ali, com bases sólidas
impermeabilizadas,
o vento forte que bate,
seca a tinta rachada
que Ali outrora foi pintada!
Somente cores fortes
decoram teu exterior
deixando transparecer Ali,
toda a arquitetura do seu interior.

Escrava



Escrava sou
da tua boca
que me fascina
do teu corpo
cheio  de pecado
do teu gozo quente
que me faz arder
no inferno latejante
entre o amor e o desejo
ao cometer a heresia de
rezar todos os dias
para  que nossos corpos
se mesclem em uma
estranha e sinfônica
melodia de orgia
Escrava sou
das tuas loucas e
indecentes fantasias
do teu jeito cigano
que provoca e
treme a carne, umedecendo
os lábios num frondoso
banquete de luxúria divina
Escrava sou
da química eletrizante
que une, afasta e transpira
e me faz convulsiva
te desejar inteiro,
enloquecido, atrevido
cada vez mais
todos os dias

 Celamar Maione





Sonho

 Esta noite eu sonhei com você!
Foi um sonho bom...
Daqueles que quando a gente acorda
fica triste por ter acabado...

Vou te contar:
Andávamos de mãos dadas
corações entrelaçados
olhar apaixonado
e vidas preenchidas...

Os meus lábios
tocavam o seu corpo,
e mais que saliva e suor 
sentia  cheiro de paixão...

Eu queria afagar meus desejos
em seu calor... 
sonhava delirar
e nesse delírio eu imaginava mil coisas
então perdia a razão 
sem vontade de voltar...

Vi nossas vidas
nossos amores
nossas famílias...
 Vi um sonho realizado
um objetivo cumprido
um trabalho finalizado.
Vi duas vidas unidas
num único desejo
de amar.

Daí
Ouvi, um som
uma música a me acordar...

era o relógio avisando
já é hora de levantar!